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Família de refugiados (foto arquivo pessoal)
Ser obrigado a fugir de seu país de origem em virtude de perseguições causadas por etnia, naturalidade, religião, opinião política, grupo social. Esta é a realidade de 10.522 pessoas que o Brasil reconheceu como refugiados até o final do ano passado, segundo dados do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), ligado ao Ministério da Justiça. Deste total, 5.134 continuam no país nesta condição – o Rio de Janeiro é o segundo estado que mais recebe refugiados, com 17% dos residentes. Na última quinta-feira (20/06), foi celebrado o dia do refugiado, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2000.
O Governo do Estado, por meio da Coordenadoria de Migração e Refúgio, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH), realiza o acompanhamento da interiorização dos refugiados e a articulação da política em todo o estado. Como as principais demandas de integração dessas pessoas são o domínio do idioma e o ingresso no mercado de trabalho formal, foi estabelecida parceria com a Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) para oferecer curso de português e cultura brasileira para refugiados e migrantes. Além disso, foi realizado, em março, junto a parceiros, o Seminário Inserção de Migrantes no Mercado de Trabalho, que sensibilizou empresários e desmistificou a contratação formal de trabalho da população imigrante. Em 2019, ainda foram acolhidos 85 venezuelanos, entre crianças e bebês. Desde janeiro, já foram realizados mais de 40 atendimentos e recebidos 10 novos casos pela Coordenadoria.
- A complexidade das situações identificadas nos atendimentos se confirma na busca do Governo do Estado em orientar as políticas públicas de saúde, assistência social, educação e cultura, de modo a provocar a reflexão sobre as peculiaridades desse público, repensar protocolos e formas de acolhimento, bem como a ampliação do acesso aos serviços, na perspectiva da reconstrução de suas vidas e de integração local - afirmou a secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fabiana Bentes.
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Relatos da refugiada da Colômbia
O casal de artistas plásticos Ninibe e Leo já está no Rio de Janeiro há três anos e meio. Vieram da Colômbia, fugindo do conflito armado no país. Após nove mil quilômetros rodados, passando por Equador, Peru e Bolívia e, finalmente, Brasil, o casal e os três filhos chegaram à cidade com poucas coisas na mala do carro. A família já foi aceita na condição de refugiada.
- A situação estava muito difícil na Colômbia. Deixamos praticamente tudo para trás porque nosso país estava sofrendo com os conflitos armados. Assim que chegamos, fomos acolhidos por uma igreja católica. Começamos a trabalhar de maneira informal, pois vivemos da arte e não queremos deixar nossa profissão. Acreditamos no poder na pintura – contou Ninibe, de 39 anos.
A família de Ninibe é uma das que recebeu atendimento da Coordenadoria de Migração e Refúgio, da SEDSDH. Segundo ela, o retorno ao país natal se torna cada vez mais distante.
- Quando aconteceu o acidente com o avião da Chapecoense e os brasileiros souberam que nós éramos na Colômbia, ficamos muito mobilizados. Vemos muitas coisas em comum entre Brasil e o nosso país, como a desigualdade social. Nosso sonho é montar um ateliê ou uma escola de artes em comunidades para resgatar os jovens que se encontram na situação de conflito armado. Somos muito gratos ao Rio de Janeiro por nos acolher e a ideia de voltar para a Colômbia é algo que não pensamos no momento – disse Ninibe, que mora com o marido e os filhos na comunidade do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, e criou uma campanha de 'crowdfunding' na internet para arrecadar verba para a compra de um motorhome para dar início ao projeto “La Casa Rodante”.
De acordo com a CONARE, o Brasil tem recebido refugiados provenientes de 105 países, tais como Síria, República Democrática do Congo, Colômbia, Palestina e Paquistão. Atualmente, a população síria representa 35% da população refugiada com registro ativo no Brasil.
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