Em 15 dias de atuação, o programa Niterói Presente zerou o número de ocorrências, entre as quais roubos de rua e de carros, em São Francisco, Charitas e Jurujuba. O balanço da primeira quinzena do programa foi apresentado aos moradores, na noite de quarta-feira (18), pelo coordenador do programa, major David Costa e pelo secretário de Gestão Integrada de Niterói, coronel Gilson Chagas. Nos três bairros, trabalham cem homens, em regime de turnos (exceto na madrugada), com o emprego de 17 veículos, em sua maioria motocicletas. O diferencial é a abordagem de suspeitos
Segundo o coronel Chagas, o sucesso dos primeiros dias deve-se muito também ao empenho dos moradores dos bairros em colaborar com o novo modelo de policiamento comunitário, com a utilização do telefone 153 do CISP (Centro Integrado de Segurança Pública), onde ficam em plantão permanente agentes da PM, do Niterói Presente, Guarda Municipal e outros órgãos de segurança para pronto emprego em casos de emergência.
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-- Niterói possui agora um sistema de cerceamento eletrônico inteligente que monitora todas as vidas da cidade. Com a troca de informações entre as forças de segurança, dificilmente bandidos conseguirão fugir da cidade com carros roubados, por exemplo. Para isso, é fundamental que a população use o telefone 153 para informar sobre elementos suspeitos e delitos criminais. Os números de ocorrências estão despencando. Niterói está voltando a ser a Cidade Sorriso – afirmou o coronel, que já comandou o 12º BPM.
O major David Costa explicou na reunião, realizada na Associação Atlética Banco do Brasil, que o Niterói Presente faz um serviço complementar ao da PM. O efetivo é formado por policiais militares e civis que recentemente se afastaram do serviço ativo. Hoje, segundo ele, dois terços do efetivo policial que está nas ruas de Niterói são pagos pela Prefeitura Municipal.
-- Os números de queda dos índices de criminalidade são impressionantes nas áreas do Niterói Presente, que chegou dia 29 de agosto em São Francisco, Charitas e Jurujuba. O nosso diferencial é a estratégia de abordagem de suspeitos. As ações são filmadas para segurança do abordado e do policial. O policiamento não é estático e a participação da comunidade, com informações, é fundamental, além dos investimentos em tecnologia que foram feitos pela prefeitura. Os moradores conhecem os bairros muito mais do que nós. É possível observar que diminuiu nos três bairros a circulação de motos sem equipamentos de segurança, placas e com a descarga aberta. A presença efetiva do policiamento e as abordagens afastam os elementos fora da lei – disse o oficial.
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Vice-presidente do Conselho Comunitário de São Francisco, Marinice Machado lembrou a luta antiga da comunidade por mais segurança. Ela também elogiou o trabalho que o capitão Gaspar, do 12º BPM, vem fazendo na região, o que ajudou também a diminuir os índices de criminalidade:
-- Chegamos a ter seis roubos por dia no bairro, que é formado basicamente por casas. Nós lutamos muito para preservar nossa qualidade de vida. Fomos às ruas, fizemos reuniões e colhemos duas mil assinaturas pedindo o Niterói Presente. Felizmente conseguimos e os resultados são muito bons – elogiou.
Presentes na reunião, representantes da Associação dos Síndicos de Charitas (USC) também elogiaram as ações e disseram que acabou o problema de assaltos nos pontos de ônibus e na orla do bairro. No entanto, pediram ao coronel Gilson Chagas mais atuação da fiscalização de posturas na praia para evitar a desordem promovida pelo comércio clandestino.
-- Só temos a comemorar. Os moradores estão voltando a se sentirem tranquilos – comentou o capitão Gaspar.
O presidente da Associação de Moradores de Icaraí, Darly Bodstein, também participou da reunião. Ele foi dar seu testemunho sobre a atuação do Niterói Presente em Icaraí, que tem 140 mil moradores e onde as ocorrências policiais diminuíram:
-- O governo do estado, infelizmente, não está conseguindo, sozinho, dar conta de atender a segurança pública. Niterói tomou para si esta responsabilidade com uma vantagem: os gestores dos programas de segurança moram na cidade e são clientes dos seus próprios serviços.
Antigamente, as autoridades não se falavam e sequer se conheciam. É importante que as ações sejam propagadas e que os policiais se sintam acolhidos pelos moradores. Um bom dia, um sorriso, um boa tarde fazem muito bem para os agentes do policiamento comunitário – sugeriu Bodstein, cuja associação doou bicicletas para o Icaraí Presente patrulhar a orla.